Teoricamente, a primeira interação entre os lobos e os seres humanos ocorreu há cerca de 500 mil anos atrás durante uma era glacial. Estes lobos começaram a adotar um comportamento mais tolerante em relação aos seres humanos e buscavam se aproximar do homem ainda que furtivamente em busca de sobras de alimentos. Mutuamente, lobos e humanos se beneficiavam deste convívio onde a presença da matilha nas redondezas forneciam uma proteção aos humanos dos ataques de outros animais e, em outra mão, os lobos eram beneficiados com mais alimentos deixados pelos humanos. Assim, com uma maior oferta de alimentos os lobos reproduziam cada vez mais e os filhotes, agora adotados pelos homens já não caçavam sozinhos e tinham os humanos como seu único provedor de alimentos. Deste modo, por um processo de seleção natural, os ancestrais dos cães assumiram o protagonismo de “melhor amigo do homem” pela motivação inicial que evoluiu da predação para a condição de oportunismo na obtenção de alimentos até a total domesticação com a caça compartilhada e proteção mútua. A relação de fidelidade e interdependência tornaram o cão a primeira e melhor opção para a segurança e o bem-estar de seus proprietários por serem animais incrivelmente leais e a qualidade instintiva de proteção e vigilância dos seres humanos.
Séculos se passaram e a insegurança ainda assola as sociedades humanas. O perigo de um ataque causado por outros animais predadores que outrora afligiam as primitivas comunidades foi substituído pelo iminente risco de ser atacado por outros de sua própria espécie. A criminalidade cresce descontroladamente na sociedade moderna em que o estado assume para si funções que são inatas ao indivíduo e que ele próprio (o estado) é incapaz de fornecer como a segurança pessoal, a autodefesa e a autopreservação.
Portanto, nesta atual civilização caótica e desarmamentista, o emprego de “cães de guerra” (termo utilizado para se referir a cães treinados para atividade militar e de segurança) nunca foi tão necessário. Estes animais são capazes de identificar e reagir rapidamente às ameaças reconhecendo ruídos, movimentos não usuais farejando, rastreando e soando o alarme ao perigo, podendo ainda atacar os agressores ou dissuadindo os criminosos. Quando são treinados adequadamente estes cães conseguem identificar situações que somos incapazes de notar como oscilações de emoções, tonalidades de vozes e linguagem corporal suspeita. Além de promover a segurança pessoal e patrimonial, os donos destes animais são igualmente beneficiados, sentindo-se mais seguros durante os passeios, em suas residências e ainda com alívio do estresse ao acariciar e desfrutar da companhia do animal.
É importantíssimo destacar que os cães são completamente dependentes dos seus proprietários e, por esta razão, todas as pessoas que adotam um animal devem se comprometer com o seu bem-estar até o fim de sua vida. De modo análogo à educação que os pais fornecem aos seus filhos em casa ou na escola, os cães também necessitam do acompanhamento de um especialista em adestramento, especialmente para aquelas raças destinadas à segurança pessoal e patrimonial.
A escolha da raça é fundamental para a atuação nos diferentes setores da sociedade, seja para a guarda de uma casa de família, proteção individual ou na segurança pública. Cães de guarda são exaustivamente treinados para atuarem em diferentes situações ao comando do dono, seja para proteger a área, atacar ou soltar o agressor. É necessário levar em consideração o tipo de guarda para a escolha da raça. Em muitos casos, os donos querem somente um cão que intimide ou soe o alarme reprimindo o intruso, bastando para isso um cão com aparência amedrontadora, associada a um latido vigoroso.
Portanto, é imprescindível que se tenha definido o objetivo como elemento primordial na adoção de um cão e, uma vez concretizada a incorporação do animal no seio familiar o dono deve manter condições favoráveis ao pleno desenvolvimento das potencialidades do seu animal por meio um adestramento adequado, assistência veterinária e um ambiente familiar agradável para todos os seus integrantes.
Cão da raça Pit Bull (Caramelo) em guarda da pequena Maria Daniela. Fonte (próprio Autor)
Abaixo estão alguns exemplos das principais raças para atuação como cães de guarda:
Pastor alemão
Pastor Belga Malinois
Cane Corso
Dobermann
Rottweiler
Fila brasileiro
Pitbull
Boxer
Boerboel
Bullmastiff
Dogo Argentino
American Staffordshire terrier
Dogue Alemão
Outras raças ou cães sem raça definida de grande porte.
Exemplos de raças para cães de alerta
Terriers
Poodle
Shih Tzu
Schnauzer
Pinsher
Outras raças e cães sem raça definida de pequeno e médio porte.